Amazing Grace (Most beautiful version!!)

Soweto Gospel Choir é uma escolha de Daniel Lavra
1 Julho de 2009

Adeus - Eugénio de Andrade




Eugénio de Andrade (1923-2005)





dito por Mário Viegas






Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.


Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.


Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Uma escolha de Manuela Lourenço Marques
Julho 2009

To the moon (Capercaillie)

Tema do album "To the Moon" do grupo "Capercaillie"
seleccionado por Manuela Lourenço Marques
em 28 de Junho de 2009


na hora de pôr a mesa, éramos cinco




na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, edições quasi, 2003




um poeta e um poema seleccionado por Eunice Duarte
em 27 de Junho de 2009


blog de José Luis Peixoto

Pleno de Vida Agora


Walt Whitman
(1819-1892)

um poeta e um poema escolhido, em 25 Junho 2009, por Filipe Santos



Pleno de vida agora, concreto, visível,
Eu, aos quarenta anos de idade e aos oitenta e três dos Estados Unidos,
A ti que viverás dentro de um século ou vários séculos mais,
A ti, que ainda não nasceste, me dirijo, procurando-te.

Quando leres isto, eu que era visível, serei invisível,
Agora és tu, concreto, visível, aquele que me lê, aquele que me procura,
Imagino quanto serias feliz se eu estivesse a teu lado e fosse teu companheiro,
Sê tão feliz como se eu estivesse contigo. (Não penses que não estou agora junto a ti!)

Solar do séc XVIII

trabalho executado em ponto cruz por Paula Loja
(1992?)

Quadro em ponto cruz

trabalho realizado por Isabel Araújo Santos
(ano: 1998)

Porta Chaves

trabalho realizado
por Isabel Araújo Santos


ano 2007


camisola

trabalho realizado por Isabel Araújo Santos
ano 2000

Anjos e Demónios

Título original: Angels & Demons
Ano: 2009
Realizador: Ron Howard
Género: Mistério, Thriller, Drama
Actores principais: Tom Hanks, Ewan McGregor, Ayelet Zurer, Stellan Skarsgard e Pierfrancesco Favino


Na minha opinião pessoal, qualquer filme que inclua Tom Hanks e seja realizado por Ron Howard significa bom entretenimento. Para quem tenha ficado desapontado com “O Código Da Vinci”, este filme destrói qualquer má impressão que tenha ficado.

Deixa de ser um ataque ao Cristianismo, a sua condenação por um facto completamente fantasioso e deixa de ser uma perseguição às falhas da Igreja Católica.
Passa a ser um thriller, recheado de movimento, que começa com a morte do Papa e a criação, por um grupo de cientistas, de “antimatéria”, uma substância altamente instável que, quando entra em contacto com qualquer outra matéria, cria uma explosão de grandes proporções e, subsequentemente, um vazio recheado de energia. Também é designada de “partícula de Deus”, para aqueles que acreditam que o universo terá origem na teoria do Big Bang.
Esta antimatéria é roubada por uma sociedade secreta que se pensava extinta, os “Illuminati” (“os Iluminados”), constituída por personalidades famosas, como Galileu, que, apesar de pertencerem à Igreja Católica, discordavam desta em várias matérias, em particular as científicas.
Com este começo, a cidade do Vaticano é aterrorizada com a ameaça de morte de quatro cardeais (os “preferiti”) e com a sua completa destruição. Na tentativa de impedir todos estes acontecimentos trágicos, Robert Langdon (a personagem de Tom Hanks) é chamado para ajudar a polícia a interpretar as pistas dadas pelos Illuminati, numa corrida contra o tempo para salvar os quatro cardeais raptados e todas as pessoas que permanecem na cidade do Vaticano.

Neste filme somos confrontados com um debate interessante: Religião versus Ciência. É posto em evidência que a Igreja Católica tem vindo “a perseguir e a matar” (citando Robert Langdon) todo o tipo de evolução tecnológica que possa pôr em causa os princípios do Cristianismo. Mas não se tornará também a própria Ciência uma “religião” para aqueles que acham que o avanço científico contraria a existência de Deus?
O problema é que, por muito inteligentes que os cientistas se considerem, não parecem ser suficientemente argutos para perceber que os seus resultados contradirão sempre os princípios cristãos se não os interpretarem à luz do que está escrito na Bíblia. Então obrigam-se a escolher entre um e outro.

“A fé é uma bênção que ainda não recebi.” Esta é uma das frases memoráveis do filme. Robert Langdon usa esta ideia como justificação para não acreditar em Deus, com uma expressão triste, como se ter fé não dependesse dele. Mas se ele admite que a fé é uma oferta de Deus, não estará a admitir que Deus existe? Isto abriria outro debate interessante.

E, para terminar, uma das frases com que o filme termina e que contrasta bastante com a mensagem d’ “O Código Da Vinci”: “A Religião é falível porque o Homem é falível”. Um dos cardeais admite que as pessoas esperam que a Igreja Católica seja perfeita, e que, portanto, qualquer contradição a arrasta para a condenação. Temos que nos lembrar mais vezes que a fé em Deus não depende do que o Homem diz dEle ou faz por Ele. Somente depende da nossa relação pessoal com Ele, afinal nós somos a Igreja.
Texto: Joana Loja
15 de Junho de 2009

Eu Sei - Sara Tavares

.....
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim
.......




escolha de Manuela Lourenço Marques
16 de Junho 2009

Fotografias a concurso - Passeio EBD 2008

Fátima Lavra
1º Lugar




Débora Ferrão















Filipe Santos













Marta Pacheco
















Joana Loja

um plano para passarmos ao sétimo nível

a) Dar a volta ao irmão Rui.
Onde vou passar:
vou passar por trás da mesa. Depois vou para a casa de banho. Depois já está damos a volta ao irmão Rui de gatinhas

Samuel Zola
7 anos
14 de Junho de 2009

Toalha da Ceia




trabalho de Luisa Norberto


Amazing Grace

Título original: Amazing Grace
Ano:2006
Realizador: Michael Apted
Género: Biografia, Drama, Histórico
Actores principais: Ioan Gruffudd, Romola Garai, Benedict Cumberbatch, Albert Finney, Michael Gambon, Rufus Sewell e Youssou N'Dour
Estou tão habituada a que os títulos dos filmes não transmitam a verdadeira essência do filme que, se não fosse por meio de um convite inesperado a meio da semana, não teria sequer ponderado em ver “Amazing Grace”.
O facto de ter estreado em Setembro de 2006 no Canadá, e só agora, a 21 de Maio de 2009, ter chegado a dois cinemas de Lisboa, demonstra o pouco impacto do filme, o que não surpreende, tendo como título o nome de uma música que à maior parte dos portugueses não diz nada.
Ironicamente, quando estava no 11º ano, tive de fazer um trabalho para História. O tema era livre, e o meu pai apresentou-me a personagem de William Wilberforce.
Não me dizia absolutamente nada, como não vos deve dizer grande coisa também.
Demorou algum tempo a descobrir o esforço de anos, a batalha incansável, a resistência que acabou por esgotar um grande homem e a fé que conseguiu mobilizar a consciência de uma nação.
Muito resumidamente, William Wilberforce nasce a 24 de Agosto de 1759, entra para a Universidade de Cambridge e aos 21 anos é eleito para a Câmara dos Comuns, no Parlamento inglês. Um início brilhante de carreira para alguém tão jovem, mas sem a influência de Deus na sua vida.
Passados três anos, adere à Igreja Evangélica e a sua vida muda completamente, não só na sua vida pessoal como na sua maneira de fazer política.
No filme a história começa numa altura em que Wilberforce já está esgotado física e psicologicamente de uma batalha sem frutos, ponderando desistir de algo em que acredita profundamente: os escravos são seres humanos e é inaceitável que o homem possa tratar outro ser igual como um animal.
Aos 37 anos, a 15 de Abril de 1797, conhece Barbara Ann Spooner, “empurrado” pelos tios que achavam que só o casamento o poderia recuperar daquele estado de saúde precário. E é dentro de uma conversa com a mulher com quem viria a casar a 30 de Maio do mesmo ano, que assistimos ao relato da luta de uma vida que só viria a vencer a 23 de Fevereiro de 1807, quando o Parlamento aprovou, por esmagadora maioria, a lei que proibia o tráfico de escravos.
No decorrer da história, deparamo-nos com a voz poderosa de Wilberforce e com a sua predilecção pela música Amazing Grace, escrita por John Newton. John Newton fora um comerciante de escravos, dono e capitão de um navio negreiro, o qual se converte a Cristo e dedica o resto da sua vida a fazer o bem. É ele que ajuda Wilberforce a perceber que o desígnio de Deus para a sua vida não é o abandono da política para se tornar pastor ou o abandono dos seus princípios por amor à política, mas que na política pode servir os propósitos de Deus.

Para os amantes de um bom filme, podem contar com interpretações tocantes, actores de renome como Michael Gambon e Albert Finney, belos cenários, recheados de cor e bons planos.
Desconheço qual a intenção do guionista e do realizador, mas parece-me que fizeram um filme sem grandes fins comerciais, sem recorrerem a cenas de violência ou sexo (tantas vezes desnecessárias, como prova este filme).
É um óptimo filme que reconheço que pode significar mais para mim do que para tantos outros, não só porque a história de Wilber me é familiar, mas porque é uma prova de como Deus muda as nossas vidas radicalmente, dá-nos dons que podemos usar para a realização dos seus objectivos e o impacto que podemos ter na vida dos outros, se acreditarmos.

texto de Joana Loja
13 de Junho de 2009

Norah Jones - Humble Me

Uma escolha do Daniel Lavra em 12 de Junho de 2009
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I don't want to call you but you're all i have to turn to


abraham laboriel

Uma escolha de Daniel Lavra
12 de Junho de 2009

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