Anjos e Demónios

Título original: Angels & Demons
Ano: 2009
Realizador: Ron Howard
Género: Mistério, Thriller, Drama
Actores principais: Tom Hanks, Ewan McGregor, Ayelet Zurer, Stellan Skarsgard e Pierfrancesco Favino


Na minha opinião pessoal, qualquer filme que inclua Tom Hanks e seja realizado por Ron Howard significa bom entretenimento. Para quem tenha ficado desapontado com “O Código Da Vinci”, este filme destrói qualquer má impressão que tenha ficado.

Deixa de ser um ataque ao Cristianismo, a sua condenação por um facto completamente fantasioso e deixa de ser uma perseguição às falhas da Igreja Católica.
Passa a ser um thriller, recheado de movimento, que começa com a morte do Papa e a criação, por um grupo de cientistas, de “antimatéria”, uma substância altamente instável que, quando entra em contacto com qualquer outra matéria, cria uma explosão de grandes proporções e, subsequentemente, um vazio recheado de energia. Também é designada de “partícula de Deus”, para aqueles que acreditam que o universo terá origem na teoria do Big Bang.
Esta antimatéria é roubada por uma sociedade secreta que se pensava extinta, os “Illuminati” (“os Iluminados”), constituída por personalidades famosas, como Galileu, que, apesar de pertencerem à Igreja Católica, discordavam desta em várias matérias, em particular as científicas.
Com este começo, a cidade do Vaticano é aterrorizada com a ameaça de morte de quatro cardeais (os “preferiti”) e com a sua completa destruição. Na tentativa de impedir todos estes acontecimentos trágicos, Robert Langdon (a personagem de Tom Hanks) é chamado para ajudar a polícia a interpretar as pistas dadas pelos Illuminati, numa corrida contra o tempo para salvar os quatro cardeais raptados e todas as pessoas que permanecem na cidade do Vaticano.

Neste filme somos confrontados com um debate interessante: Religião versus Ciência. É posto em evidência que a Igreja Católica tem vindo “a perseguir e a matar” (citando Robert Langdon) todo o tipo de evolução tecnológica que possa pôr em causa os princípios do Cristianismo. Mas não se tornará também a própria Ciência uma “religião” para aqueles que acham que o avanço científico contraria a existência de Deus?
O problema é que, por muito inteligentes que os cientistas se considerem, não parecem ser suficientemente argutos para perceber que os seus resultados contradirão sempre os princípios cristãos se não os interpretarem à luz do que está escrito na Bíblia. Então obrigam-se a escolher entre um e outro.

“A fé é uma bênção que ainda não recebi.” Esta é uma das frases memoráveis do filme. Robert Langdon usa esta ideia como justificação para não acreditar em Deus, com uma expressão triste, como se ter fé não dependesse dele. Mas se ele admite que a fé é uma oferta de Deus, não estará a admitir que Deus existe? Isto abriria outro debate interessante.

E, para terminar, uma das frases com que o filme termina e que contrasta bastante com a mensagem d’ “O Código Da Vinci”: “A Religião é falível porque o Homem é falível”. Um dos cardeais admite que as pessoas esperam que a Igreja Católica seja perfeita, e que, portanto, qualquer contradição a arrasta para a condenação. Temos que nos lembrar mais vezes que a fé em Deus não depende do que o Homem diz dEle ou faz por Ele. Somente depende da nossa relação pessoal com Ele, afinal nós somos a Igreja.
Texto: Joana Loja
15 de Junho de 2009

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